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Foto do escritorFátima Bloise

Diferença entre Consciente e Consciência

Atualizado: 15 de jun.



O termo "consciente" refere-se ao estado de estar acordado e ciente dos próprios pensamentos, sentimentos e ambiente. É um estado de vigilância e percepção em tempo real. Quando estamos conscientes, temos a capacidade de refletir sobre nossas experiências, tomar decisões e responder aos estímulos ao nosso redor. O estado consciente está diretamente ligado à nossa atividade mental presente e envolve processos cognitivos como atenção, percepção e memória de curto prazo.


A "consciência" é um conceito mais amplo e complexo que abrange todos os aspectos da mente e da experiência subjetiva. Ela inclui não apenas o estado consciente, mas também os processos inconscientes que influenciam nossos pensamentos e comportamentos. A consciência envolve a totalidade das experiências internas e externas de um indivíduo, incluindo sensações, percepções, emoções e pensamentos. É a soma das experiências de um indivíduo ao longo do tempo e inclui tanto os estados de vigília quanto os de sonho e inconsciente.


Exemplos:


• Consciente: Ao dirigir um carro, você está consciente das ações que realiza, como virar o volante, pressionar os pedais e observar o tráfego ao seu redor.


• Consciência: Inclui a experiência de dirigir o carro, mas também abrange memórias de experiências passadas, sentimentos associados à direção e até pensamentos e emoções inconscientes que podem influenciar seu comportamento ao volante.



Aplicação em Psicologia e Filosofia


Na psicologia, a diferença entre consciente e consciência é fundamental para entender o comportamento humano. O estado consciente é estudado em termos de processos cognitivos imediatos, como a atenção e a memória operacional. Em contraste, a consciência é explorada para compreender a experiência total do indivíduo, incluindo fatores inconscientes. Teorias como a de Sigmund Freud sobre o id, ego e superego enfatizam a importância dos processos inconscientes na formação da personalidade e do comportamento.


Na filosofia, a consciência é um tópico central no estudo da mente e da subjetividade. Filósofos como René Descartes, com sua famosa declaração "Cogito, ergo sum" ("Penso, logo existo"), enfatizaram a importância da consciência na definição da existência e identidade humanas. O problema da consciência, ou "problema difícil" como chamado por David Chalmers, explora como e por que temos experiências subjetivas, questionando a natureza e a origem da consciência.



Embasamento Científico


Pesquisas em neurociência têm revelado muito sobre as bases biológicas dos estados consciente e inconsciente. O córtex pré-frontal, por exemplo, é crucial para o pensamento consciente, tomada de decisões e controle das ações. Já os processos inconscientes são frequentemente associados a regiões mais antigas do cérebro, como o sistema límbico, que regula emoções e comportamentos automáticos.


Estudos com neuroimagem, como ressonância magnética funcional (fMRI), mostraram que diferentes áreas do cérebro são ativadas durante estados conscientes e inconscientes, indicando que a consciência é um fenômeno emergente da atividade cerebral integrada. A teoria do espaço de trabalho global, proposta por Bernard Baars, sugere que a consciência surge quando informações de várias partes do cérebro são transmitidas para uma rede de áreas cerebrais que trabalham juntas para processar e integrar informações.


Entender a diferença entre consciente e consciência é crucial para apreciar a complexidade da mente humana. O estado consciente refere-se à percepção imediata e ativa do momento presente, enquanto a consciência engloba toda a gama de experiências e processos mentais, tanto conscientes quanto inconscientes. Juntos, esses conceitos nos ajudam a compreender melhor como percebemos e interagimos com o mundo ao nosso redor e com nós mesmos.


A integração dos conhecimentos da psicologia, filosofia e neurociência oferece uma visão mais completa da mente humana, permitindo-nos entender não apenas como pensamos e sentimos no momento presente, mas também como nossas experiências passadas e processos inconscientes moldam nosso comportamento e identidade.

 

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